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Manejo farmacoterapêutico da Diabetes Mellitus | Colunista
A diabetes mellitus é uma doença de caráter metabólico, na qual o organismo tem problemas na secreção ou na ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas. Esses defeitos são consequências de problemas genéticos ou podem aparecer com o passar do tempo. Existem três tipos de diabetes bem comuns, a Diabetes tipo 1, acometendo 10% da população, Diabetes tipo 2, que já acomete 90% da população e a gestacional, considerada rara comparada às outras. Atualmente temos 13 milhões de pessoas convivendo com a doença.
O tratamento farmacoterapêutico dessa patologia inclui também exercícios e uma alimentação equilibrada, independente de qual seja o tipo da diabetes. Também é importante a realização de um controle glicêmico diariamente, pois, se não houver controle, pode ocorrer consequências gravíssimas ao paciente, como a retinopatia diabética, uma amputação nos pés e até mesmo a morte do indivíduo.
A seguir, vamos comentar sobre os principais tratamentos a respeito de cada classe de diabetes:
Diabetes Mellitus tipo 1
Normalmente, essa doença acomete de 5 a 10% dos pacientes. É mais comum em crianças ou adolescentes. A Diabetes tipo 1 também pode ser considerada uma doença autoimune, pois, nesses casos, os indivíduos acometidos tem uma deficiência na liberação de insulina para o organismo.
Esses pacientes necessitam fazer o uso de insulina para o resto da vida, para que a glicose seja regulada. Normalmente, estas insulinas se apresentam em frascos e canetas. São muito utilizados dois tipos de insulina, as insulinas de ação lenta e as de ação rápida. As insulinas de ação lenta, como a Lantus®, a Levemir® e a Tresibra®, tem como principal objetivo a manutenção da glicemia em ordem durante as refeições. As insulinas ultralentas são representadas pela Insulina Detemir® – com início de ação em 1 a 2 horas e pela Insulina Lantus®, também com início de ação de 1 a 2 horas.
Também estão disponíveis no mercado as chamadas insulinas ultrarrápidas, que estarão agindo de 30 a 60 minutos no organismo, representadas pela Novorapid® e pela Humalog®. Sendo assim, deve ser usada em menos de 15 minutos antes da refeição, ou mesmo durante a refeição, para que possa ter a ação o mais rápido possível.
Diabetes Mellitus tipo 2
A diabetes mellitus do tipo 2 é uma patologia não considerada insulinodependente, pois, o organismo criará uma resistência à produção de insulina pelo pâncreas. Ocorre em jovens ou adultos com mais de 40 anos, mas também ocorre em crianças e adolescentes, que na maioria dos casos são obesos.
O tratamento desses pacientes não é complexo, mas exige disciplina. É escolhido de acordo com a idade do paciente e a sua situação clínica. As medicações mais utilizadas são a metformina e a glibenclamida, principalmente por constarem no programa Aqui tem Farmácia Popular, criada pelo governo Brasileiro no dia 13 de abril de 2004, que fornece medicamentos gratuitos aos pacientes diabéticos. A tabela a seguir mostra as principais medicações do DM2.
Diabetes gestacional
Como o próprio nome já diz, é um subtipo de diabetes que acomete mulheres grávidas, onde a placenta vai reduzir a ação da insulina e normalmente é compensado pelo pâncreas. Porém, em algumas mulheres isso não ocorre, culminando com a Diabetes Gestacional. Pode se resolver no final da gravidez, no entanto, muitas desenvolvem DM2 após o nascimento da criança, pois não tem uma resposta efetiva ao tratamento. No entanto isso ocorre em 1 a cada 4 mulheres.
O tratamento consiste em uma dieta adequada, bem como, com atividades físicas. Caso a solução com dieta e atividades físicas não seja suficiente, pode ser incluída a insulina. Sabe-se que se não ocorrer a adesão ao tratamento, pode culminar com o crescimento excessivo do bebê e, por consequência, um parto traumático, hipoglicemia neonatal e até obesidade e diabetes quando ele crescer.
Como vimos, independente de qual subtipo for a diabetes, o controle glicêmico e a alimentação adequada, bem como a prática de atividades físicas é importante para um melhor prognóstico ao paciente. Quando tudo é seguido corretamente, a pessoa consegue levar uma vida normal e evita complicações futuras, como a retinopatia diabética, a amputação dos pés, o famoso “pé diabético” e até mesmo a morte.
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REFERÊNCIAS
HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS. A importância de saber como agem e quanto tempo duram as insulinas. Disponível em: https://hospitalsiriolibanes.org.br/sua-saude/Paginas/importancia-saber-como-agem-quanto-tempo-duram-insulinas.aspx. Acesso em 16 ago 2020
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NOVARTIS. O Tratamento da Diabetes tipo 2. Disponível em: https://saude.novartis.com.br/diabetes-tipo2/o-tratamento-do-diabetes-tipo-2/ Acesso em 14 ago 2020
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TEIXEIRA ABM, et al. Educação em saúde para o autocuidado e o controle glicêmico aos portadores de diabetes mellitus em uma Unidade de Saúde de Curitiba–PR. Anais do EVINCI-UniBrasil, 2018; 3(1): 186-186.
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