Todas as Áreas

Carreiras

O papel do farmacêutico na terapia intensiva | Colunista

O papel do farmacêutico na terapia intensiva | Colunista

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apresenta-se como uma área clínica farmacêutica nos hospitais em decorrências de aspectos relacionados à criticidade dos pacientes, à complexa farmacoterapia e à necessidade de rapidez nas decisões. Portanto, o farmacêutico torna-se peça chave fundamental como integrante da equipe multiprofissional para garantir a segurança do paciente, bem como obter melhores desfechos clínicos.

Fast-hug

O Fast-hug é um mnemônico utilizado na terapia intensiva para facilitar a otimização da terapia do paciente crítico

  • Food (alimentação): há diferentes tipos de alimentação em que o paciente pode se submeter, por exemplo, nutrição parenteral, alimentação por sonda, restrições alimentares ou até mesmo dieta zero. Sendo assim, é de suma importância o acompanhamento do farmacêutico para realizar intervenções visando a otimização da farmacoterapia conforme o tipo de alimentação do paciente.
     
  • Analgesia: os pacientes em UTI normalmente fazem uso de analgesia para tratar diferentes fontes de dores. É importante que essa analgesia seja realizada na dose correta para evitar que o pacientes receba uma quantidade baixa ou excessiva da analgesia.
     
  • Sedation (sedação): assim como analgesia, é importante que a sedação esteja corretamente ajustada. Para isso, é de suma o monitoramento pelo farmacêutico para avaliar aspectos como dose, posologia, tempo de infusão, entre outros.
     
  • Thromboembolic prophylaxis (profilaxia tromboembólica): muitos pacientes de terapia intensiva do uso de profilaxia tromboembólica com o uso de medicamentos, como heparina de baixo peso molecular e heparina não fracionada. Nesse sentido, o farmacêutico pode auxiliar desde a criação de protocolos clínicos a intervenções na farmacoterapia.
     
  • Hyperactive or hypoactive delirium (delírio hiper ou hiporreativo): pacientes em UTI, muitas vezes, sofre de delirum em decorrência de seu permanência nesse ambiente. O farmacêutico pode orientar quanto a escolha do medicamento mais apropriados, as doses necessárias e monitorar eventos adversos.
     
  • Ulcer prophylaxis (profilaxia de úlcera de estresse): muitas vezes é necessário o uso de profilaxias para evitar úlcera de estresse em pacientes de UTI, principalmente, com uso de antagonistas dos receptores de histamina e inibidores da bomba de prótons. O farmacêutico deve garantir que o paciente esteja recebendo, quando necessário, um agente profilático mais adequado possível, de acordo com o histórico médico do paciente.

Atribuições clínicas do farmacêutico intensivista

Em 2019, foi regulamentada as atribuições clínicas do farmacêutico clínico em unidade terapia intensiva pela RDC nº 675/2019. Entre as principais atividades relacionadas ao cuidado, destacam-se:

  • Integrar-se a equipe multidisciplinar com o objetivo de garantir o cuidado integral ao paciente
  • Fazer a reconciliação medicamentosa, especialmente nos momentos de admissão e de alta.
  • Realizar a análise técnica das prescrições, visando otimizar a farmacoterapia sempre que possível
  • Investigar interações medicamentosas e reações adversas a medicamentosas
  • Solicitar exames laboratoriais para avaliar função renal, hepática, entre outros resultados importantes para tornar o uso mais adequado dos medicamentos
  • Garantir o uso de racional de antimicrobianos nas doses, posologia e tempo de tratamento corretos para garantir melhores desfechos clínicos

Matérias relacionadas:

Referências

CFF. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução da diretoria colegiada- RDC nº 675, de 31 de outubro de 2019. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-675-de-31-de-outubro-de-2019-228899312 Acesso em: 13 de agosto de 2020

MABASA, Vincent H; MALYUK, Douglas L; WEATHERBY, Elisa-Marie; CHAN, Alice. A Standardized, Structured Approach to Identifying Drug-Related Problems in the Intensive Care Unit: fasthug-maidens. The Canadian Journal Of Hospital Pharmacy, [S.L.], v. 64, n.5, p. 366-369, 28 out. 2011. Canadian Society of Hospital Pharmacists (CSHP). http://dx.doi.org/10.4212/cjhp.v64i5.1073.

Cadastre-se para ter acesso personalizado ao conteúdo completo da Sanar.
Cadastre-se para ter acesso personalizado ao conteúdo completo da Sanar.