São muitas as possibilidades de atuação em Medicina Veterinária. Mas, avaliar a condição do paciente é uma prática comum no dia a dia do profissional. E é sobre isso que vamos tratar aqui, a partir de um recorte bem relevante! A seguir, saiba mais sobre o exame clínico de grandes animais! Aproveite!
Que tal conhecer ou retomar com a gente o passo a passo para examinar grandes animais? Preparamos um resumo prático e completo com tudo o que é preciso saber sobre esse procedimento. Vale a leitura e a consulta sempre que necessário.
Este conteúdo riquíssimo é um resumo do capítulo Exame Clínico, do livro Sanar Note Medicina Veterinária: Grandes Animais.
Confira os principais pontos!
Exame Clínico de Grandes Animais
Para início de conversa, é bom saber que o exame clínico dos animais é dividido em:
- identificação,
- histórico,
- anamnese e
- exame físico, geral e específico.
A identificação, o histórico e a anamnese têm o objetivo de coletar informações prévias sobre a vida do animal examinado. Isso é fundamental para a estabelecer um diagnóstico.
O exame físico, por sua vez, busca reunir achados clínicos a partir de técnicas semiológicas, tais como inspeção, olfação, palpação, percussão e auscultação.
A seguir, vamos entender melhor o que diz cada ponto:
Identificação e anamnese
Nesse momento, é chegada a hora de reunir estes dados:
- Espécie:
- Raça:
- Marca:
- Idade:
- Sexo:
- Aptidão:
- Peso:
Anamnese
Agora, a proposta é responder a pergunta como estas:
- Qual é queixa principal?
- Como aconteceu?
- Desde quando?
- Quais os sinais observados?
- É a primeira vez que apresenta?
- Sistema de criação: Extensivo, intensivo ou semi-intensivo?
- Alimentação: Qual tipo? Como e quanto é fornecido?
- Mineralização: Qual tipo? Como e quanto é fornecido?
- Aguada: Cocho? Açude? Rio? Automática?
- Vacinação: Quando e quais?
- Vermifugação: Quando e quais?
- Total de animais: Animais doentes: Quantos doentes? Quantos óbitos? Recuperados? Quais categorias?
- Tratamento: Usou algum medicamento? Qual a dose? Houve melhora ou piora?
Exame físico geral em equídeos e ruminantes
Antes de destacarmos os pontos que precisam ser observados, vale lembrar que, para a realização do exame físico e preenchimento da ficha do paciente, é importante usar sempre os mesmos parâmetros para todos os animais que você avaliar. Combinado?
Na hora do exame em si, é preciso observar o animal como um todo, levantando informações que não podem ficar de fora na hora de avaliar um paciente veterinário:
- Postura: Estação, decúbito lateral ou esternal.
- Nível de consciência: Apático? Comatoso? Ativo? Excitado?
- Escore corporal: Escala de 1 a 5
- Condição física: Em relação à queixa apresentada.
- Modificação anatômica: Tudo fora do padrão anatômico.
- Hidratação: Enoftalmia, Turgor cutâneo (TC”) e Tempo de preenchimento capilar (TPC”)
- Mucosas: Coloração e umidade
- Vasos episclerais: Visíveis, finos ou invisíveis
- Linfonodos: Tamanho, consistência, mobilidade, sensibilidade e temperatura.
- Pele/pelos e subcutâneo: Cicatrizes, edemas, alopecia, presença de ectoparasitos, nódulos.
- Frequência cardíaca (bpm)
- Frequência respiratória (mpm)
- Mov. Ruminais/ Intestinais
- Temperatura (ºC)
Além disso, é preciso responder a questões sobre os sistemas digestório, circulatório, locomotor, geniturinário e neurológico.
Por exemplo, para avaliar o sistema digestório, o médico veterinário deve buscar responder a estas questões sobre o animal: Apresenta apetite e sede? Defecando? Qual a característica das fezes? Apresenta regurgitação ou refluxo? Qual o aspecto? Tem relação com a ingestão de alimentos?
Alguns dos pontos acima dizem respeito a parâmetros vitais. E, cabe ao médico veterinário, conhecê-los para avaliar a situação orgânica do animal no momento do exame.
A seguir, vamos falar um pouco mais sobre eles!
Parâmetros vitais
Aqui estão pontos que são vitais na saúde do animal, ou seja, essenciais. O desequilíbrio em algum desses parâmetros pode ameaçar a vida do paciente. Acompanhe!
Escore corporal: contempla todas as partes proeminentes do esqueleto, observando e palpando para chegar a uma determinação. Pode-se utilizar de uma escala numérica de 1 a 5, sendo caquético (1), magro (2), normal (3), gordo (4) e obeso (5).
Estado de hidratação: a mensuração da hidratação ou do grau de desidratação é feita a partir do turgor cutâneo (TC’’), da enoftalmia e do tempo de preenchimento capilar (TPC’’). Em quadros drásticos, também pode levar ao óbito.
Em casos mais leves, com grau de desidratação de até 5% (Não aparente), observa-se: diminuição do turgor cutâneo discreto ou sem alteração; enoftalmia ausente ou muito discreta; estado geral sem alteração ou levemente alterado; apetite preservado/sucção geralmente presente, animal alerta e em posição quadrupedal.
No quadro mais grave, por sua vez, com grau de hidratação entre 10% e 12%, são identificados: marcante diminuição do turgor cutâneo (> 10 segundos) e enoftalmia intensa; baixa temperatura nas extremidades; tônus muscular diminuído ou ausente; mucosas ressecadas; reflexos muito diminuídos ou ausentes; decúbito lateral e apatia intensa.
Quando o grau de desidratação é acima de 12% espera-se um possível óbito.
Também são sinais vitais que merecem atenção do médico veterinário a Coloração das mucosas e o Exame dos linfonodos.
Quer saber mais de forma bem detalhadinha? Este conteúdo é um resumo do capítulo Exame Clínico do livro Sanar Note Medicina Veterinária: Grandes Animais.
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