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Oncologia: Residência, áreas de atuação, remuneração e mais!

Oncologia: Residência, áreas de atuação, remuneração e mais!

Para quem sonha em ser residente na área da saúde, um dos principais desafios é encontrar a sua especialidade. Nem todo mundo consegue identificar facilmente suas áreas de interesse, principalmente quando as informações sobre essas possibilidades não são tão difundidas por aí.

Por isso, estamos fazendo uma série de conteúdos explicando aprofundadamente todas as principais especialidades de Residência na área da Saúde! Hoje, falaremos sobre uma das áreas mais procuradas: a Oncologia, também denominada Cancerologia ou mesmo Atenção ao Câncer.

A Atenção em Oncologia é uma das especialidades ofertadas em programas de Residências Uni e Multiprofissional por todo o país. Perfeita para quem deseja realizar uma especialização latu sensu focada na atuação em serviço na área que trata da segunda maior causa de morte por doença no Brasil.

O câncer vem exigindo planos cada vez mais elaborados para o fortalecimento da capacidade nacional de prevenção e controle, tendo em vista a formação, a qualificação e a atualização técnico-assistencial. Diante desse cenário, o ensino em saúde surge como uma estratégia fundamental para a ampliação da capacidade global para enfrentamento do câncer (INCA, 2019).

O principal objetivo atribuído aos programas que formam especialistas em Oncologia é: capacitar e desenvolver competências nos profissionais da área da saúde, a partir da formação prática, para uma atuação multiprofissional em toda a rede de atenção oncológica.

A residência permite que diferentes tipos de profissionais da saúde aprendam questões específicas referentes ao tratamento de pacientes com câncer, sendo o aprimoramento do conhecimento multidisciplinar necessário para atuar nessas situações.

Atualmente, os profissionais da Saúde que podem ter essa especialização são:

  • enfermeiros, 
  • farmacêuticos, 
  • fisioterapeutas,
  • nutricionistas, 
  • cirurgiões-dentistas,
  • psicólogos, 
  • assistentes sociais.

Ao longo dessa matéria, te explicaremos melhor como se tornar especialista na área, quais as competências aprendidas e as possibilidades de atuação. Confira abaixo:

  1. Breve histórico da Oncologia no Brasil;
  2. Como funciona a Residência de Atenção em Oncologia;
  3. Processo seletivo da Residência;
  4. Onde fazer Residência em Oncologia;
  5. O que é esperado de um especialista em Oncologia?
  6. Como se preparar para a Residência em Oncologia.

Breve histórico da Oncologia no Brasil

O termo câncer é atribuído a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células invasoras de tecidos e órgãos, podendo expandir-se para outras regiões do corpo. As causas de câncer são diversas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando as duas inter-relacionadas. (BRASIL, 2013)

Os primeiros movimentos e iniciativas visando o controle do câncer no Brasil ocorreram no início do século 20, direcionadas, quase que exclusivamente, para o diagnóstico e tratamento da doença.

Mesmo com a criação do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 1937, pouca ênfase era dada à parte de prevenção, principalmente devido à escassez de conhecimento sobre a etiologia da doença. Os especialistas em oncologia defendiam que deveria haver uma preocupação maior com ações preventivas e o diagnóstico precoce.

Porém, apenas em 1967, o Serviço Nacional de Câncer decidiu institucionalizar a Campanha Nacional de Combate ao Câncer (CNCC), que dava maior atenção à questões como prevenção, assistência de saúde, formação de técnicos especializados, ação social, reabilitação e pesquisas relacionadas com a neoplasia. Buscava, assim, reduzir a incidência e o índice de mortalidade por câncer no país.

Em 1975, a parceria entre o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e o Ministério da Saúde teve como resultado a proposta de criação do Programa de Controle ao Câncer (PCC). Esse programa foi muito importante para a universalização dos procedimentos relacionados à doença, instituindo Comissões de Oncologia em nível local, regional e nacional, com vistas a integrar as ações de controle do câncer.

Nos últimos anos, a Oncologia foi se tornando uma ciência cada vez mais complexa. Atualmente, é de enorme importância a abordagem multidisciplinar no tratamento do paciente oncológico, assim, trabalham de forma integrada médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, psicológos e outros profissionais da saúde.

A doença é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo, tendo causado mais de 8 milhões de mortes em 2015, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).  A organização estima um aumento de 70% de novos casos nas próximas duas décadas (WHO, 2018), o que indica a necessidade urgente de formulação de novas estratégias de atenção à saúde da população.

Ela propõe que os países invistam no aumento do quantitativo de profissionais de saúde especialistas em Oncologia, ao mesmo tempo em que proporcionem formação adequada às mudanças demográficas e epidemiológicas, de modo a assegurar uma força de trabalho com as competências fundamentais para responder às necessidades da população (WHO, 2013).

No Brasil, a elevadíssima taxa de mortalidade se justifica, principalmente, pelo diagnóstico tardio. A estimativa para o Brasil, triênio 2020-2021, aponta para a ocorrência de cerca de 625 mil casos novos de câncer.

Os tipos mais frequentes em homens serão próstata, intestino e pulmão. Nas mulheres, os cânceres de mama, intestino, colo do útero e pulmão.

Movimentos diversos vêm sendo realizados, nos último anos, para reorientar a formação profissional, dentre os quais destaca-se a instituição da Residência Multiprofissional em Oncologia. O papel dessa forma de especialização é preparar equipes multiprofissionais para atuação de forma estratégica, integrada e humanizada na Atenção ao Câncer.

Como funciona a Residência em Oncologia

Para atuar na área de Oncologia, é preciso realizar Residência em um dos programas oferecidos por Hospitais de Ensino aprovados pela Comissão de Residência Multiprofissional (CNRMS), ligada aos Ministérios da Educação e da Saúde.

Esses programas de residência são modalidades de formação voltadas para a qualificação de profissionais que atuarão na Saúde Pública brasileira, no âmbito da atenção ao câncer por meio de práticas supervisionadas e de ofertas teóricas.

Com duração mínima de dois anos, os programas têm ênfase na prática (por isso utiliza-se o termo educação em serviço) e os residentes recebem uma bolsa-auxílio mensal de R$ 3.330,43.


Saiba mais sobre Residência no artigo: Residência Multiprofissional em Saúde


A proposta pedagógica se apoia em conceitos filosóficos e metodológicos que partem da análise dialética das transformações sociais e do mundo do trabalho.

Orientado também pelas Diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e do Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa tem como objetivo capacitar e especializar profissionais das diferentes áreas para atuarem, a partir de práticas interdisciplinares e multiprofissionais, no cuidado integral à saúde das pessoas, com habilidades para realizar intervenção crítica na organização do processo de trabalho, buscando a melhora da qualidade de saúde e de vida da população.

O embasamento teórico para a prática assistencial é uma das contribuições do curso de residência, colaborando para segurança na realização das atividades e desenvolvimento de identidade profissional. Para a construção de um olhar crítico do cuidado, para além da esfera biológica, proporcionando a reflexão e o redesenho de práticas e atitudes.

Na visão da multiprofissionalidade, a ação conjunta dos diferentes núcleos profissionais envolvidos permite a integralidade do cuidado. 

As atividades dos residentes em Oncologia vão desde a realização de diagnóstico situacional da rede de atenção oncológica no município, passando por atividades educativas junto a agentes comunitários de saúde, até a imersão em unidades básicas de saúde, realizando visita domiciliar, atividades educativas junto à população adscrita, orientação aos profissionais de saúde das unidades, atividades educativas em escolas, atividades de sala de espera, entre outras.

As equipes também buscam promover o diálogo e a reflexão a respeito da prática oncológica e suas questões como a morte, a dor, o sofrimento e todas as vivências relacionadas ao cotidiano da residência em seus diversos desafios.

Para que esses objetivos sejam alcançados, os residentes possuem módulos teórico-práticos que abrangem:

  • Fundamentos da Oncologia;
  • Segurança do Paciente;
  • Bioética;
  • Políticas públicas de saúde e oncologia;
  • Abordagem multiprofissional em práticas integradas em oncologia;
  • Gestão em Saúde;
  • Práticas interdisciplinares na rede de Atenção Oncológica, dentre outros.

Também podem haver variações nas ofertas de programas em Oncologia, de acordo com a instituição. Essas variantes vão direcionar a atuação para um campo mais específico. Algumas dessas possibilidades são:

  • Atenção ao Câncer;
  • Oncologia Infantil;
  • Cancerologia;
  • Onco-hematologia.

Processo Seletivo da Residência em Oncologia

As vagas para Residência em Oncologia são abertas anualmente e cada instituto de ensino é responsável pela elaboração e divulgação dos seus processos seletivos, que podem sofrer variações de acordo com o estabelecido em cada edital. De um modo geral, o processo de seleção costuma ser composto por:

Prova objetiva

A prova objetiva está presente na grande maioria dos editais de Residência.

Costuma ser a primeira etapa do processo seletivo e possui caráter eliminatório (se fizer uma pontuação inferior à indicada no edital, você é eliminado da seleção) e classificatório (sua pontuação indicará sua posição perante os outros candidatos).

Essa prova é composta de questões objetivas geralmente relacionadas à conhecimentos gerais da Saúde Pública Brasileira e conhecimentos específicos da área de atuação.

Prova dissertativa

A prova dissertativa costuma se apresentar como a segunda etapa do processo seletivo para entrar em um programa de Residência.

Na maioria das vezes, ela tem caráter classificatório e apresenta uma situação problema ou um estudo de caso vinculado à área profissional.

Prova de Títulos

A prova ou avaliação de títulos também está muito presente nos processos. Geralmente, é a última etapa a ser vencida para alcançar a tão sonhada vaga de residente.

Nela, haverá uma avaliação de atividades extra-curriculares como a realização de projetos, participação em eventos, trabalhos publicados, estágios etc.

Cada atividade realizada corresponde à uma pontuação específica e a soma dos pontos de seu currículo será considerada na classificação final da Residência.

Entrevista

A entrevista também é uma etapa possível no processo seletivo. Geralmente, ela ocorre no mesmo dia que a Prova de Títulos.

Nesse momento, o responsável pelo programa de residência da instituição fará perguntas gerais sobre comportamento, histórico profissional e vida do candidato, assim como testará questões mais específicas, diretamente relacionadas à área de atuação, como em uma prova oral.

Todas essas etapas, assim como as formas de avaliação e aplicação das mesmas, podem variar de acordo com cada Hospital de Ensino. Por isso, um dos primeiros passos da preparação para a Residência é estudar profundamente o edital da instituição em que pretende se inscrever e entender bem quais são as etapas e as competências cobradas.

O cronograma completo do processo, incluindo data das provas, do resultado final e do início do Programa (geralmente é início de Março), são divulgados no edital de abertura da Residência. No mesmo documento há informações sobre taxa de inscrição, quadro detalhado das vagas ofertadas, conteúdos cobrados nas avaliações, dentre outros.

Onde fazer Residência em Oncologia?

Agora que você já entendeu como funciona a Residência e como fazer o processo seletivo, está na hora de conhecer quais são os institutos que oferecem programas de Residência Multiprofissional em Atenção à Oncologia. Listamos os principais para vocês! Aí vai:

As competências do especialista em Oncologia

E qual seria “o perfil ideal” de um especialista em Oncologia? Quais as principais características que deverão ser estimuladas no processo de especialização? O que é valorizado nesse profissional pelo mercado de trabalho? Vamos te responder agora:

O especialista em Oncologia, geralmente, deve ter perfil crítico-reflexivo, com base no rigor científico e intelectual, para poder atuar de forma integral e interdisciplinar em toda linha do cuidado na atenção oncológica, tais como:

  • promoção da saúde,
  • prevenção de agravos,
  • detecção precoce,
  • diagnóstico,
  • tratamento,
  • reabilitação e
  • cuidados paliativos.

Deve trazer no escopo de sua atuação os aspectos éticos, legais e humanísticos para a assistência, o ensino, a pesquisa e a gestão, frente às necessidades dos usuários do SUS, considerando as características sociais, econômicas, culturais, subjetivas, espirituais e epidemiológicas.

Além das características comuns à área profissional específica de cada atuante da Saúde, as principais competências gerais a serem desenvolvidas durante a Residência são: 

  • Prestar assistência ao paciente na perspectiva de atenção integral, a partir de uma abordagem interdisciplinar.
  • Desenvolver ações educativas nas abordagens individuais e coletivas.
  • Aplicar e divulgar as normas de biossegurança nos serviços de saúde.
  • Contextualizar e refletir, de forma interdisciplinar, para tomada de decisão acerca dos dilemas éticos e bioéticos enfrentados pela equipe multiprofissional e pelos usuários.
  • Implementar os princípios e os dispositivos das políticas públicas de saúde com ênfase na atenção oncológica.
  • Relacionar-se, de forma humanizada e ética, com a equipe, os pacientes e os cuidadores, com vistas à atenção integral.
  • Desenvolver práticas integradas, buscando a melhoria da qualidade e da segurança da assistência ao paciente oncológico em toda linha de cuidado.
  • Desenvolver e divulgar projetos de intervenção, ensino e pesquisa.
  • Aplicar os princípios básicos da gestão em saúde: planejamento, desenvolvimento, monitoramento e avaliação.

Como se preparar para a Residência em Oncologia?

O primeiro passo para a preparação é ter certeza de que área você quer seguir. Para isso, pesquise bem suas possibilidades e encontre o caminho que mais se encaixa com o seu perfil e com suas necessidades.

Leia conteúdos sobre, converse com colegas da área e pense bem em como e onde você se vê trabalhando nos próximos anos. Temos algumas matérias que podem te ajudar nessa escolha:

Depois que você tiver certeza do caminho que quer seguir, é preciso estudar bastante sobre a instituição e o programa de residência em que você irá se inscrever e elaborar um planejamento bem consistente de estudos.

Muita coisa? Calma, nós também podemos te ajudar nessa! Confira alguns conteúdos especiais para essa parte da preparação:

Em seguida, você precisará escolher um material completo, assertivo e bem direcionado para seu objetivo!

Ter uma fonte de estudos de qualidade te dará a segurança necessária para você otimizar seu tempo e ser mais produtivo, além de fornecer o conteúdo e as ferramentas ideais que te guiarão para a aprovação.

Quer algumas dicas de materiais perfeitos para te preparar para a Residência? Segue abaixo:

A gente sabe te aprovar!

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